sexta-feira, 6 de julho de 2012

Hipotireoidismo

É uma síndrome que resulta da deficiência da produção de hormônios tireoidianos. Estima-se que 3 a 5% da população tenha alguma forma de hipotireoidismo. É mais comum em mulheres e a incidência aumenta com a idade.

Quando não tratado, o hipotireoidismo causa, nas crianças, atraso grave do crescimento e retardo mental. Na vida adulta, leva à depressão generalizada das funções orgânicas. 

Não existe prevenção, a não ser a triagem neonatal com o teste do pezinho para detecção do hipotireoidismo congênito. Mas existem exames simples para o diagnóstico e o tratamento com hormônio tireoidiano sintético é seguro e eficaz uma vez que a dose adequada é estabelecida.

Quadro clínico


A clínica resulta da redução da atividade metabólica e do depósito de glicosaminoglicanos no interstício. Os sinais e sintomas variam muito, dependendo da severidade da doença. As manifestações clínicas que aparecem tendem a se desenvolver lentamente, ao longo de vários anos, caso o tratamento não seja instituído.
O cretinismo é a principal manifestação do hipotireoidismo em lactentes e recém-nascidos. Suas principais características são:
  • Retardo mental
  • Baixa estatura
  • Aspecto edemaciado da face e das mãos
  • Mutismo por surdez
  • Anormalidades nos tratos piramidais e extrapiramidais
Nos recém-natos os principais sintomas são:
  • Dificuldade de respirar
  • Cianose
  • Icterícia
  • Amamentação insuficiente
  • Choro rouco
  • Hérnia umbilical
  • Atraso acentuado da maturação óssea
A triagem rotineira dos recém-nascidos tem contribuído com o diagnóstico precoce.
Nas crianças com hipotireoidismo há:
  • Atraso no crescimento resultando em baixa estatura
  • Lentificação do aparecimento dos dentes permanentes
  • Puberdade atrasada
  • Sinais de retardo mental
Nos adultos, os sintomas não são específicos e frequentemente são associados ao processo de envelhecimento. Eles se tornam mais óbvios quando esta condição piora. O quadro clínico se caracteriza por:
Nos estágios iniciais da doença:
  • Fadiga
  • Fraqueza
  • Mialgia
  • Artralgia
  • Cãimbras
  • Reflexos lentos
  • Pele fria, áspera, pálida e seca
  • Depressão
  • Dores de cabeça
  • Intolerância ao frio
  • Aumento do fluxo menstrual
  • Palidez
Quando o hipotireoidismo vai evoluindo sem tratamento, podem ser observados: 
  • Cansaço
  • Edema periférico
  • Constipação intestinal
  • Fala lenta
  • Rouquidão
  • Dispneia
  • Ganho de peso (não intencional)
O estágio terminal do hipotireoidismo não tratado é o coma mixedematoso, em que há uma descompensação que pode ser precipitada por uma infecção, trauma, insuficiência cardíaca ou outras causas. É caracterizado por:
  • Letargia
  • Estupor (raramente os pacientes apresentam-se em coma)
  • Diminuição dos batimentos cardíacos
  • Baixa oxigenação
  • Funcionamento pobre dos rins
  • Diminuição da motilidade intestinal
  • Temperatura baixa
  • Dificuldades respiratórias
  • Choque e até morte.
 
Causas do Hipotireodismo
  • Tireoidite de Hashimoto: é talvez a causa mais comum de hipotireoidismo, caracterizada pela presença de auto-anticorpos.
  • Redução do tecido tireoidiano por iodo radioativo ou por cirurgia.
  • Deficiência de iodo. O iodo é essencial para a produção hormonal da tireoide. Ele pode ser encontrado em frutos do mar, vegetais e sal enriquecido com iodo. A adição de iodo ao sal de cozinha eliminou este problema em vários países.
  • Doença de Graves (geralmente cursa com hipertireoidismo, mas no estágio final pode haver hipotireoidismo).
  • Tireoidite subaguda (o hipotireoidismo pode ocorrer na fase tardia).
  • Medicamentos que podem induzir hipotireoidismo: carbonato de lítio (usado no tratamento dos estados maníacos depressivos), amiodarona, propiltiouracil e metimazol.
Outras causas de hipotireoidismo:
  • Erros inatos da síntese de hormônios tireoideos.
  • Deficiências hipofisárias e hipotalâmicas.
  • Resistência periférica aos hormônios tireoidianos.
  • Doenças congênitas: geralmente bebês com hipotireoidismo congênito não apresentam alterações ao nascimento, por isso o Teste do Pezinho ajuda no rastreamento destes casos e facilita a introdução do tratamento precoce.
  • Doenças da glândula hipófise. Causa rara de hipotireoidismo em que a hipófise não produz quantidade suficiente de TSH – geralmente tem como causa um tumor benigno na glândula.
  • Gravidez. Algumas mulheres desenvolvem hipotireoidismo durante ou após a gravidez por produzirem anticorpos contra a sua própria glândula. Se não tratado, este hipotireoidismo aumenta o risco de aborto, parto prematuro, pré-eclâmpsia e também pode afetar o desenvolvimento fetal.

Fatores de risco


O hipotireoidismo ocorre principalmente:
  • No sexo feminino.
  • Na idade de 50 anos ou mais.
  • Se você tem um parente próximo com hipotireoidismo, como pais ou avós, com uma doença auto-imune.
  • Se você já fez tratamento com iodo radioativo e medicações como propiltiouracil ou metimazol, pois o tratamento para o hipertireoidismo pode resultar em hipotireoidismo permanente.
  • Se você já recebeu algum tipo de radiação no pescoço ou na parte superior do tronco.
  • Se já fez cirurgia de tireoide (tireoidectomia parcial ou total).
  •  
Tratamentos Naturais
  • Você precisa de iodo cada dia, a cada refeição. O uso prolongado de medicação para tireóide pode enfraquecer os ossos ou resultar em câncer de mama. 
  • Uma fonte de iodo é a solução de Lugol. Isto, naturalmente, deve ser tomado em doses muito pequenas. Infelizmente, é difícil de se obter. Talvez seja encontrado em farmácias.
  • Há também sal iodado. O problema aqui é que o alumínio presente, o que pode levar à doença de Alzheimer. Portanto, cuidado.
  • Alguns usam sal marinho, mas geralmente não é nada mais do que o sal normal extraído do oceano ao invés de minas de sal. Alguns utilizam sal das minas de sal, e moem tudo. Mas este carece de iodo.
  •  Para alguns, os problemas da tiróide podem ser corrigidos, mas para outros, é algo que durará toda a vida. Alguns especialistas dizem que é bom comer com moderação alimentos da família do repolho (brócolis, repolho, couve, couve de bruxelas, folhas de mostarda), pois eles tendem a suprimir a função tireoidiana. O mesmo é dito para os pêssegos e pêras.
  • Cloro, flúor e iodo o quimicamente relacionados, e bloqueiam a entrada do iodo na tireóide. Portanto, evite água clorada, água fluorada e creme dental.
  • Uma deficiência da tireóide pode resultar da falta de sol ou por gorduras (margarina, manteiga, maionese, alimentos fritos, óleos, e manteiga de amendoim).
  • As funções da tireóide poderão ser aumentadas fazendo-se exercícios físicos, pois isso estimula a produção TSH pela hipófise. O T3 aumenta lentamente no sangue durante e após um exercício vigoroso.
  • O leite materno é um bom tratamento para bebês hipotireoideanos, e ajuda a proteger os bebês normais de desenvolver o problema até o desmame.
  • A vitamina A é necessária para iodo a ser devidamente absorvido; vitaminas B trabalham juntos, para nutrir a tireóide; B6 ajuda a tireóide em sua utilização eficaz de iodo na produção hormonal; B12 ajuda a tireóide a funcionar corretamente.
  • Para estimular a tiróide: coma uma porção de aveia e bananas diariamente, tome uma ducha fria cada manhã e à noite, e trabalhe ao ar livre de 3 a 5 horas todos os dias.
  •  Utilize uma dieta livre de sal, óleo e açúcar até que a tiróide esteja sob controle. Mas, a longo prazo, você precisará de um pouco de sal e azeite.

Fonte: www.abc.med.br 

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