A adrenoleucodistrofia, também conhecida pelo acrônimo ALD, é uma doença genética rara, incluída no grupo das leucodistrofias, e que tem duas formas, sendo a mais comum a forma ligada ao cromossomo X, sendo uma herança ligada ao sexo de caráter recessivo transmitida por mulheres portadoras e que afeta fundamentalmente homens.
Como ocorre
Na ALD, a atividade anormal dos peroxissomos leva a um acúmulo excessivo de ácidos graxos de cadeia muito longa (AGCML) constituídos de 24 ou 26 átomos de carbono em tecidos corporais, sobretudo no cérebro e nas glândulas adrenais. A conseqüência desse acúmulo é a destruição da bainha de mielina, o revestimento dos axônios das células nervosas, afetando, assim, a transmissão de impulsos nervosos.
O gene defeituoso que ocasiona a doença está localizado no lócus Xq-28 do cromossomo X. Tal gene é responsável pela codificação de uma enzima denominada ligase acil CoA gordurosa, que é encontrada na membrana dos peroxissomos e está relacionada ao transporte de ácidos graxos
para o interior dessa estrutura celular. Como o gene defeituoso
ocasiona uma mutação nessa enzima, os AGCML ficam impedidos de penetrar
nos peroxissomos e se acumulam no interior celular. Os mecanismos
precisos através dos quais os AGCML ocasionam a destruição da bainha de
mielina ainda são desconhecidos.
A incidência de ALD é de cerca de 1 para cada 10.000 indivíduos. As
possibilidades de descendência a partir de uma mulher portadora da ALD e
homem normal são:
- 25% de chances de nascer um filho normal;
- 25% de chances de nascer um filho afetado;
- 25% de chances de nascer uma filha normal;
- 25% de chances de nascer uma filha portadora heterozigota.
As chances de descendência para um homem afetado e mulher homozigota dominante, por sua vez, são:
- Se tiver filhas, serão todas portadoras do gene, porém normais;
- Se tiver filhos, serão todos normais.
Formas básicas da doença
Neonatal
Manifesta-se nos primeiros meses de vida. Os genes anormais que
causam a forma neonatal da ALD não estão localizados no cromossomo X, o
que significa que pode afetar tanto meninos quanto meninas.
- Período de sobrevida: 5 anos.
- Sintomas: Retardo; disfunção adrenal; deterioração neurológica; degeneração retinal; convulsões; hipertrofia do fígado; anomalias faciais; músculos fracos.
Clássica ou infantil
Forma mais grave da ALD, desenvolvida por cerca de 35% dos portadores
da doença. Manifesta-se no período de 4 a 10 anos de idade.
- Período de sobrevida: 10 anos.
- Sintomas: Problemas de percepção; disfunção adrenal; perda da memória, da visão, da audição, da fala; deficiência de movimentos de marcha; demência grave.
Adulta (AMN)
Forma mais leve que a clássica. Manifesta-se no início da adolescência ou no início da idade adulta.
- Período de sobrevida: Décadas.
- Sintomas: Dificuldade de deambulação; disfunção adrenal; incontinência urinária; deterioração neurológica.
ALD em mulheres
Embora a doença se manifeste principalmente em homens, mulheres
portadoras também podem desenvolver uma forma leve da ALD, com sintomas
como ataxia e fraqueza ou paralisação dos membros inferiores.
Tratamento
Pacientes com ALD devem ser testados periodicamente para a função das
glândulas adenais. O tratamento com hormônios das glândulas adenais é
indicado para salvar vidas. Os tratamentos dos sintomas da ALD incluem
fisioterapia, apoio psicológico e educação especial. Há evidências de
que o tratamento pelo óleo de Lorenzo pode adiar reduzir ou adiar os efeitos da ALD em meninos afetados pela variante genética associada ao cromossoma X. Transplantes de medula
trazem benefícios a longo prazo quando os efeitos começam a se
manifestar, mas a cirurgia tem altos riscos de mortalidade e morbidade, e
não é recomendada para quem tem efeitos severos, ou para as formas que
se manifestam em adultos ou de forma neonatal. A administração oral do ácido docosa-hexaenoico (DHA) pode ajudar crianças com a forma de ALD neonatal.
Fonte: pt.wikipedia.org
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