A origem do nome
Peirópolis é uma pequena cidade localizada a 21quilômetros do centro de Uberaba. É praticamente vizinha aqui de Uberlândia, também situada no Triângulo Mineiro. E para viajar daqui até lá, não se gastam mais do que duas horas de carro. O pequeno povoado alcançou destaque no início do século passado, como produtores de calcário. Passou a se chamar Peirópolis em 1924 em homenagem ao imigrante espanhol Frederico Peiró, que ali se instalou no fim do século 19. Peiró fundou no local, em 1911, duas fábricas para a extração de calcário. Empregando na época cerca de 150 trabalhadores, eles enviavam a produção para São Paulo por meio da linha férrea e traziam progresso rápido para a região. Esvaziada com o passar do tempo pela migração de seus habitantes diante da desativação daquele trecho da ferrovia, Peirópolis adquiriu nova importância graças à descoberta de fósseis de animais pré-históricos em seu solo.
Preservação a História
Os resultados das pesquisas científicas em Peirópolis, lideradas pelo paleontólogo brasileiro Llewellyn Ivor Price, repercutiram rapidamente na comunidade científica de todo o País. Além de moluscos e vegetais fossilizados, a equipe de Price encontrou grandes quantidades de fósseis - em ótimo estado - de vertebrados de cerca de 80 milhões de anos. Segundo uma teoria, o excelente estado de conservação dos fósseis de Peirópolis deve-se ao fato de que os ossos dos animais foram transportados por enxurradas para o fundo dos lagos e se impregnaram do carbonato de cálcio abundante da água, o que ajudou a protegê-los da ação do tempo. As mesmas condições climáticas que dotaram a região de calcário e possibilitaram a prosperidade de Frederico Peiró é que foram ideais para a conservação dos fósseis. Os pesquisadores concluíram que, como o clima ali era na época semi-árido, se os ossos dos animais tivessem permanecido ao ar livre, com certeza, teriam se tornado leves, porosos e quebradiços.
Entre os répteis fossilizados, Peirópolis se orgulha de possuir a carapaça completa de uma imensa tartaruga, além de pequenos lagartos, ancestrais de iguanas, e de duas espécies de crocodilo. Uma semelhante aos atuais jacarés e outra mais robusta, carnívora e provavelmente caçadora.
No entanto, o maior patrimônio de Peirópolis são mesmo os dinossauros. Foram descobertos ali os fósseis de três grupos deles. O primeiro é o titanossauro (dinossauro herbívoro de grande porte); o segundo, um carnívoro do grupo dos carnossauros; e o terceiro, um celurossauro, um pouco menor e, presume-se, bastante ágil. Preservados na sala de exposição pertencente ao Centro de Pesquisas Paleontológicas, encontram-se também diversos ovos de dinossauro.
Com todos esses achados e a capacidade de preservá-los e atribuir-lhes o valor devido, Peirópolis firmou-se como um dos maiores centros de pesquisa de paleontologia do Brasil. Atualmente já é reconhecido como o mais importante da América Latina. Essas conquistas foram resultado de mais de seis anos de luta da comunidade local contra a atuação de empresas mineradoras na exploração de calcário.
O que não pode faltar na visita
Réplica de Dinossauro em tamanho real, que fica no parque do Centro de Pesquisas Paleontológicas de Peirópolis, considerado um dos mais importantes da América Latina
Museu e Centro de Pesquisas
Em 1991, a Prefeitura Municipal de Uberaba restaurou o prédio da estação e outras dependências no entorno para instalar o "Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price", criado no ano seguinte sob supervisão do geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro. A antiga estação passou a abrigar um laboratório de preparação de fósseis e um pequeno mas atraente museu paleontológico, aberto à visitação pública e vinculado à Fundação Cultural de Uberaba. Outros imóveis no entorno foram transformados em residências para pesquisadores.
Mais recentemente foram descobertos na região fosseis do Uberabatitan ribeiroi, o maior dinossauro brasileiro já encontrado. Fósseis de três indivíduos dessa espécie foram descobertos em 2004 na região de Serra da Galga, entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, durante a realização das obras da duplicação da rodovia BR-050. O trabalho de retirada dos fósseis foi concluído em 2006, após os técnicos escavarem manualmente cerca de 300 toneladas de rochas que datavam do período Cretáceo e Paleogeno para a extração do material. Em 2011, foram feitas novas descobertas na mesma área, que incluem um fêmur de 1,4 metros do Uberabatitan.
Fonte: www2.correiodeuberlandia.com.br
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